“Benedito Santo
De Jesus querido
Valha-me Deus
Que eu tenho sofrido”
Clara Nunes, Congada
“Eu agradeço muito os jovens que faz essas entrevista e ajudam a gente a lutar com esses… se não, já tinha acabado tudo. Tinha acabado tudo.”
Sentencia o Rei Congo José Raimundo Soares Neto, Mestre Zinho, sobre o Congado de Nossa Senhora do Rosário de Ubá, enquanto rememora as primeiras orações e os primeiros ensaios realizados no morro das três porteiras, conduzidos sob a sombra de uma árvore por seu tio Miguel.
“Quantos já não foi do congado? Quantos já subiu? Quedê pra substituir eles?”
Assim como ele um dia recebeu o cetro de Rei Congo, quando tinha apenas 15 anos. Se aproximou da beirada do leito de morte do antigo Rei-Congo e ouviu o último pedido: “Estou contando meus minutos, mas eu quero que você e a Mariazinha continua com o congado.”
Diante do desejo derradeiro do rei, a função virou ordem e hoje seu Zinho procura um sucessor: “Porque tinha que ter o jovem, pra ter aquela força pra manter o congado.”
A origem da tradição no estado está entre as minas de ouro, onde os escravos trocavam o sangue e o suor pelo amarelo ouro garimpado na terra, desde 1711.
O congado ecoa há séculos, contado e cantado pelos ancestrais aos jovens. A vida de São Benedito, o encontro de Nossa Senhora do Rosário emergida das águas e a luta de Carlos Magno contra as invasões mouras são desenhadas através de cores e batuques da África, sincretizados às catequeses jesuítas. E é a força de Deus e de Nossa Senhora do Rosário que garante a renovação da corte.
(Referências das informações contidas no texto: Wikipédia e Prefeitura de Ubá)
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