Serginho nasceu, foi criado e começou sua carreira musical em Leopoldina-MG. Cantor e compositor, exaltava a beleza da cidade e seus arredores nas suas músicas. Fundou, junto dos amigos, o grupo Girassol Maravilhoso. Denominava-se como beatnik, botava os pés na estrada de chão e saía pela região em busca de inspiração. Revolucionou a pacata Leopoldina com suas idéias à frente de seu tempo e o ar despreocupado. Apesar da timidez e um pouco de melancolia, espalhava alegria por todo canto onde ecoava suas canções.
Foi também em Leopoldina onde veio a findar-se a carreira do poeta Augusto dos Anjos. O paraibano, depois de morar no Rio de Janeiro, veio procurar o descanso na cidadezinha. Nas cartas enviadas à família, enquanto estava na sua última morada, pode-se notar a tristeza da solidão, mas também um sentimento de paz e conforto. Suas produções, marcadas pelo pessimismo, pela visão científica do corpo da morte, foi dando lugar, nessa última fase, à melancolia e a saudade. Talvez tenha sido em Leopoldina que Augusto dos Anjos tenha encontrado sossego para seu espírito tão atormentado.
Baseado nisso, propusemos um encontro entre Augusto e Serginho. O poeta, triste, saudoso, é convidado pelo beatnik para um animado blue na estação de Vista Alegre. E vem chegando Augusto dos Anjos, com sua inseparável bengala/guarda-chuva enquanto Serginho do Rock o espera com uma cervejinha e a bandeira do Girassol Maravilhoso.
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