Agora eu puxo.
Maria de Lurdes não queria ficar sozinha em casa com as duas meninas, enquanto seu marido, o mestre de Congo Antônio Boi, saia com a Folia e o Congo pelas ruas de Minas. Com persistência e também enfrentando a discriminação dos outros, Maria tornou-se a primeira cantadora da Banda de Congo de Airões. E também uma das grandes incentivadoras da banda formada por mulheres de Brás Pires.
Sem grandes discursos teóricos de Gênero, Lurdes é uma de tantas provas femininas de que a mulher pode e deve estar onde se sinta mais à vontade. Se é em casa cuidando das filhas, se é cantando e batendo espada no Congado, se é plantando pimenta ou carregando uma bandeira. Trabalho árduo é vencer o preconceito, os músculos se fortalecem com nossos exercícios. As diferenças? Diminuímos a distancia entre elas. Nossa própria atitude faz a revolução.
No Congado de Airões, vemos que a maioria dos integrantes ainda é homem. Mas vemos também moças bandeireiras e mulheres instrumentistas. Mas espadeira corta-vento e puxadora de canto mesmo, só a Maria de Lurdes, a primeira com a capa. Porque a segunda é sua filha.
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