“Um dos maiores Mineiro Pau da Zona da Mata era esse aqui. Já tivemos até 40 componentes, já tivemos aquela mulinha.”
Anuncia Sebastião Eugênio com sua empolgação pelo brinquedo que não deixam acabar.
O Mineiro Pau, tradição de muita força na Zona da Mata desde tempos mais antigos, hoje ainda está presente em algumas cidades como Cataguases, com Seu Zico, Itamarati com dona Sebastiana, Recreio com Cicinha, Barão de Monte Alto entre outras.
“E nós tinha um em Recreio que também era bastante possante. Inclusive dava até força pro nosso aqui. Quando um ficava mei … tinha que fazer uma apresentação, o outro ia e ajudava. Mas era do Augusto Carvalho, hoje na verdade ele está com a Cicinha.”
No dia em que estivemos lá no Arrasta Couro, zona rural de Leopoldina, perto das Palmeiras, logo após o Festival de Folias de Reis, a turma do Arrasta se reuniu para nos mostrar um pouco do seu trabalho com o folguedo na comunidade. Foi uma festa à altura das comemorações afromineiras e rurais, com direito a feijoada com farofa, couve picadinha e uma da boa, acompanhando o batuque que teve suas origens em tempos de escravidão. Certamente o Mineiro Pau, junto com o caxambu, maracatu, coco e outras rodas de samba foram palco de comemoração da liberdade.
“Eu posso ajudar, mas não posso ser mais o testa de ferro”
Sebastião Eugênio ainda atua na liderança local, mas passa a bola pra João Sabino, Antônio Carlos Alves, o Concá e dona Helenice. E não apenas pra eles, mas pra todos que participam ativamente da vida coletiva naquelas paragens, fazendo Folias de Reis, Mineiro Pau, Cavalgadas, Carros de Boi, Carnaval, Festas de Santo, futebol e tantas outras desculpas para se reunir e celebrar a cultura e a vida coletiva.
Foi noite de nossa despedida da comunidade e como diziam os versos:
“Eu vou com saudade sua
Quando sair eu vou chorar
Mas chora mineiro pau
Mineiro pau, mineiro pau”
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