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CUMBUCA

Mestres da Cultura Popular

Tuquinha

Tuquinha 1

Sebastião Tavares Pires, o Tuquinha , mestre cantador da Folia da Serra, partiu antes do combinado. Foi cantar na folia do céu junto de seu pai, Seu Nacionil e seu irmão Helinho. Folião dos bons, Tuquinha gostava de um dedo prosa e de contar histórias de sua família. Através de seus brilhantes olhos azuis podia ser notada a sabedoria do homem do campo, e seu conhecimento profundo das histórias da folia. Suas palavras, esculpidas com a maestria de folião carpinteiro que era, revelavam a união existente em sua família e a devoção dos seus à Folia de Reis.  Ouvir seus casos e deixar-se envolver por eles é como entrar num mundo encantado. Neste encantamento, bichos e homens vivem em sintonia, e a fé é que rege o caminhar por este mundo. Como bem ensinou Seo Nacionil: “tem que ter fé! Se não tiver fé, nada vale de nada”. Há muitos e muitos anos, no meio de seus companheiros, em contato permanente com a natureza, segue assim a história da Folia da Serra, em adoração ao menino Jesus, com amor à família e muita fé nos Três Reis do Oriente!

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Antoizim – missão cumprida

Foi em um domingo 20 de janeiro, dia de São Sebastião. A Folia de Reis Estrela do Oriente, a Folia da Maú, estava fazendo sua Festa de Entrega da Bandeira. Tinha acabado de sair da casa de dona Fátima, lá no bairro Nova Leopoldina. O palhaço ia fazer sua última brincadeira, não daquele final de semana, de sua vida. Nosso amigo Antoinzim se preparava para pendurar a farda de palhaço e encerrar a carreira de folião, após 34 anos, só de palhaço.
Após brincar noite adentro e amanhecer no Centro Espírita São Sebastião começava a brincar do lado de fora, já com o sol esquentando as moleiras. Cansado da noite anterior, começa bradando com o braço em riste:
“Eu estou aqui parado, tem um fusca perto de mim que tá todo escanhotado, igualzinho esse fusca eu também tô todo quebrado…”.
Antônio Sérgio Lopes Martins foi um dos fundadores dessa folia de Reis, pelo menos em sua mais recente organização, pois traz dos antigos a tradição. Foi ele quem ensinou a brincadeira ao palhaço Canarinho que é “shou de bola” na folia da Maú.
Grande mestre, sentiremos sua falta nas noites quentes e chuvosas, sentiremos falta de suas brincadeiras, mas sabemos que estaremos juntos nessa jornada da cultura popular que não sairá nunca de você. Antoinzim realiza uma mudança religiosa em sua vida, muda de caminho, sem mudar sua espiritualidade de folião e devoto do Menino.
Na folia aprendeu a tocar cavaquinho, viola, violão e sanfona, e também a conviver bem com as pessoas, e a construir amizades eternas.
No desfardamento do ritual do Perdão do Palhaço, deixa pelo chão lágrimas emocionadas com a sensação de uma missão cumprida. Escrevendo essas palavras e imagens presto ao amigo pequena homenagem com os olhos marejados de saudades.

Confiram os links assinalados acima para saber mais sobre Folias de Reis e seus Palhaços.

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Dona Tofi

Ouvir Dona Tofi cantar suas cantigas é como abrir uma caixinha de memórias, onde jóias e tesouros de sua infância são guardados. Entre um dedo de prosa, uma benzeção, e seu olhar cativante, esse universo vai se descortinando e parece não ter fim.
Prosa na beira do fogão de lenha…
Sua casa está sempre aberta para receber os amigos, seja pra dar um conselho, benzer uma criança, rir um pouco e prosear sobre a panha de café, que nas montanhas de Araponga frutificam como os mais especiais do país. De seu quintal, pode se ver tanto seu jardim florido quanto a majestosa Serra do Brigadeiro, onde há tempos atrás serviu de refúgio para os índios Puris, então predominantes na região, Serra dos Arrepiados…
Dona Tofi sabe como ninguém contar e cantar as histórias de seu lugar. Relembra cantos da Dança de Caboclos aprendidas com seu pai, cantigas de brincadeira das meninas dali, teatros, e como ela disse: “musiquinhas bobas que seu pai cantava”.
Estar com Dona Tofi e perceber o desenrolar de seu novelo infindável de recordações, é lição de mestra para aprendiz, é deixar a tarde passar tranquila, serena, sob a proteção das montanhas de Minas.
Gratidão!

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Dia 13 é dia de festa!

“Ô Senhora do Rosaro que nos pode me valê”, cantigava Seu Antônio Boi, mestre da Banda do Congado, iniciada ao mesmo tempo em que a Lei Áurea alforriou o povo da escravidão. A festa se enraizou tão profundamente no vilarejo que Padre Alecinha, em 1917, desconhecia um Airães sem o tal cortejo.

De cetim branco, espada, coroa, fitas, cincerro e outros símbolos da celebração do 13 de maio, o Mestre Boi conduzia as dezenas de homens e mulheres que formavam o congo. O percurso dele é trilhado pelas marcas de Lúcio Costa. O primeiro mestre a puxar Antônio Matias, aos 7 anos, para dentro do movimento e a pessoa que inspirou o nome da banda.

A procissão segue entoando seus cânticos e batendo o tambor pelas vielas. Os condadeiros abençoam o lugar com as graças da libertação de 1888, agregando mais um ato da tradição indelével à cidade de Paula Cândido, na Zona da Mata.

Tomam a fala de Seu Raimundo Januário, outro mestre falecido, o velho que mantinha o sorriso brilhante, apesar de nunca ter tido uma escova de dentes na vida. A festa deveria acontecer ainda que as possibilidades fossem desfavoráveis.

“Vamo fazer oração, meu irmão, vamo fazer oração!”

Cantando embaixada, os louvores a Nossa Senhora do Rosário se estendem por todo o dia. Salve Reis e Rainhas, Capitães e Corta-ventos!

Saiba mais sobre a tradição!

Confira o album completo de fotos no Flickr do Cumbuca

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Seu Bibim

Na carreira do café…
Imagine o dono de uma fazenda de café, sentado em uma varanda sombreada observando seus escravos roçando as carreiras dos cafezais, sob o sol quente ou a chuva fria. A dona da casa e sua filha em seus vestidos senhoriais bordando na sala de estar enquanto as negras pelejavam à beira de grande fogões a lenha. Agora imagine que, de hora para outra, com a abolição da escravidão, senhores, senhoras e princesas tiveram que pegar no batente para dar conta de todo serviço na fazenda. Eu nunca tinha pensado desse ponto de vista até conhecer seu Bibim e ouvir dele a história cantada sobre o aperto dos fazendeiros que ficaram sem seus cativos.
Seu Bibim, nascido na Comunidade do Félix, região de Araponga, em 1946, no dia 06 de maio em uma família de 9 irmãos, mora na comunidade de Praia D’Antas, onde viveu e criou sua família na lida com a lavoura de café e a roça. Viveu tempos difíceis na vida de camponês e conta que perdeu dois irmãos precocemente por falta de condições. O acesso a atendimento médico era muito precário e restava a eles o recurso de remédios do mato. Sua mãe, além de parteira tinha muito conhecimento de ervas e tratou de cuidar da vida dos filhos, do marido e da vizinhança com a sabedoria do caboclo.
Aibis Inácio (seu Bibim) é Filho de José Lopes Filho e Maria Teotônio Lopes, neto de Floripes Maria de Jesus (neto de africanos) e José Pedro Lopes (neto de portugueses) por parte de pai, e por parte de mãe neto de Emilia Margarida Teotônio (filha de descendentes de portugueses) e Manoel Inácio Teotônio (índio) criou dez filhos e hoje ajuda na criação de sua neta que se esbalda em meio ao café colhido que seca no terreiro de sua casa. Sua história de vida e suas canções nos ajudam a conhecer a história de nossa região da Zona da Mata, de Minas e do Brasil, assim como a formação étnica e cultural de nosso povo.

Neta de Seu Bibim

 

Sua memória mantém viva as músicas que seus antepassados inventavam, pessoas sem instrução escolar, mas cheios de criatividade, “sabiam divertir, um inventava uma música de uma maneira, outro inventava de outra maneira e ali se completavam”.
Joaquina Martins (portuguesa) passou a música dos escravos.

A música/história que ele nos ensinou, e que por sua vez aprendeu com sua mãe, que aprendeu de sua avó e que aprendeu com sua bisavó Joaquina Martins (portuguesa) serviu de inspiração para o grupo Sons da Mata fazer uma releitura na gravação do CD Caixinha de Memórias. Participaram da gravação Rosenilha Fajardo, Hermes da Viola e Jefferson Parizotto.
Seu Bibim! Deixamos aqui nosso presente de aniversário.

Espalha Negrada-Sons da Mata

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Antônio Boi – Congado – Airões

13 de maio.

“Se tivessem fazendo isso que vocês fazem hoje há 50 anos a história do Brasil era outra”.
Foi com essa frase que seu Antônio Matias Celestino (Antônio Boi) líder da Banda de Congo José Lúcio Rocha, nos recebeu na antiga casa de seus pais, de onde o grupo de dançantes e cantadores se reúnem todo dia 13 de maio para fazer a festa que comemora a abolição. Neste ano de 2013 o Congado de Nossa Senhora do Rosário de Airões, município de Paula Cândido, comemora também seus 133 anos.
Foi um encontro profundo, de alma e de corpo, quando seu Antônio abriu o coração contando sua história de vida, lembrou emocionado de seus antepassados mestres do congado que lhe passaram o conhecimento para hoje comandar seu povo. Lembrou das almas, dos congos véios, dos pretos velhos, do sofrimento da escravidão, das lutas cotidianas e da fé em Nossa Senhora do Rosário.

Nessa expedição ainda passaremos pelo Fundão, São José do Triunfo, município de Viçosa, para conversarmos com os congos de lá, sob liderança do Rei Dóla, quando veremos o congado se manifestar pelas ruas na madruga do 13 de maio. Depois, retornaremos a Airões para a grande festa da abolição.

Essa é uma das mais importantes datas de nossa cultura, de nossa história e de nosso povo. “Só de nós termos liberdade! O negro e a negra sofria muito… então é o dia da abolição, o coração da gente bate mais forte.”

Saravei as almas!

Confira as fotos: http://bit.ly/13aAI0C
Escute um trecho do canto do mestre: http://bit.ly/13QmJQr

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Maú

 

 

 

 

 

 

Conheci a Folia de Reis Estrela do Oriente em 2002 em um Festival nas Palmeiras (povoado de Leopoldina). Fiquei encantado com a força de sua bandeira, com a presença de seus foliões e com a beleza de sua toada. No ano seguinte, estaria com eles em uma festa de entrega da bandeira na casa da Maú, no bairro Nova Leopoldina. Daí em diante não nos separamos mais.

Todos esses anos juntos, visitando e sendo visitado pela bandeira que muita alegria nos trouxe. Eram horas a fio em minha casa, ouvindo a cantoria e as brincadeiras do querido palhaço Canarinho. As conversas sobre profecia de Reis com seu Turino, os abraços fortes de Zé Cristóvão, com seu sorriso largo. Os golinhos de água com Danilo e Mané Dutra.
Foram 5 encontros de Tradições Mineiras que promovemos em que sempre estiveram presente, além dos Fóruns, das reuniões na Prefeitura, da luta pela criação da Associação das Folias de Reis de Leopoldina e pela verba pública tão suada.
Este ano todos estamos um pouco tristes, mas sabemos que a Folia precisa descansar um pouco. Tristeza recheada de esperança. Todos acreditamos que a Maú vai passar bem o ano e que em breve poderemos louvar juntos aos Santos Reis do Oriente.
Com ou sem cantoria, com ou sem farda, máscara e uniforme estaremos sempre juntos em nossa amizade que se tornou uma rocha ao longo desse caminho.

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Seu Nelson Madeira

Seu Nelson Madeira nasceu na Fazenda do Triunfo, caminho para o distrito de Providência, município de Leopoldina.
Viveu sua infância e boa parte da juventude na lida da vida na roça. Morou em muitas fazendas na região e em Tombos e Porciúncula, trabalhando na lavoura de café, de fumo e com gado.
Já na vida adulta seu Nelson morou também em São Paulo, trabalhando como operário, como técnico em refrigeração e também em Juiz de Fora, Pirapetinga e Leopoldina. No entanto, sempre teve um sonho: trabalhar na roça e lidar com boi e cavalo. Hoje mora em Leopoldina e trabalha em uma pequena propriedade rural onde cria pequenos animais, planta uma rocinha de vez em quando, faz a manutenção do sítio e tem um cavalinho que puxa uma charrete ainda usada como seu meio de transporte.
Desde menino que sai em Folias de Reis. Quando criança, conta que, depois de brincar em uma tourada, avistou uma Folia e nela acabou entrando para brincar de palhaço, daquele dia em diante não parou mais. Mais tarde chegou a mestre de Folia, criou o seu próprio grupo e também uma Charola de São Sebastião. Tem em sua esposa uma companheira de estudo das profecias de Reis.
Neste ano fez sua última brincadeira de palhaço na Folia de seu sobrinho Erlei. Aos 70 anos mostrou coragem e vitalidade na brincadeira e relembrou versos antigos do tempo em que era menino e andava pelas touradas no interior.

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Seo Bida

 

Seo Bida, Noraldino Valverde de Carvalho , nascido em 1931, nos brinda nessa matéria com suas memórias sobre o trabalho na roça, bailes e Folias de Reis. Ao lado de Nivaldo Bártoli de Carvalho lembrou dos velhos tempos de rapazes em que viravam noites tocando sanfona nas festas na roça, andando a pé ou a cavalo lá pros lados das Palmeiras, Serra dos Netos, Serra dos Barbosa, Três Cruzes, Leopoldina…
Como disse seo Bida o trabalho na lavoura de arroz era duro, dava tanto calo nas mãos que pareciam casco de tatu. Essas mesmas mãos triscavam cordas de viola e violão, teclas de sanfona, couro de surdo para animar os bailes nas roças e tocar a Folia na época de Reis.
Em 1977 fundaram, junto com Valdete Valverde de Carvalho (irmão e pai), a Folia dos Valdete, lá mesmo na Serra dos Barbosa onde nasceram e trabalharam durante muitos anos. Antes, esse saudoso folião entoou trechos de Reis com Tragino Medeiros na Folia da Serra. Contaram que essa foi a maior dupla de “cantadores de frente” que já existiu na cidade e região.Como a Folia tinha muitos componentes, resolveram separar e criar seu próprio grupo.
Hoje a Folia tem no comando o irmão mais velho Nédio Bártoli de Carvalho e é uma das mais prestigiadas Folias da região com um vasto e tradicional repertório de toadas executadas com maestria pelos membros da família.
Nivaldo e Maninho (irmãos e filhos de Valdete) formaram dupla desde os seis e cinco anos de idade, cantando inicialmente na resposta, acompanhando os foliões adultos pelas madrugadas. Por volta dos dezessete anos formaram dupla de música sertaneja e, junto com seo Bida na sanfona, ganharam um festival de música em Leopoldina, quase foram para São Paulo seguir carreira, mas o trabalho na roça não permitiu que ganhassem a estrada.
Até o ano passado seo Bida ainda tocava sanfona na Folia do saudoso Valdete. Esse ano ficou parado, mas prometeu que vai “dar um ensaio” e volta no ano que vem a louvar os três Reis com sua música. Sua memória do passado, seus casos sobre o trabalho na roça e como candeeiro de carro de boi, a Folia e os bailes nos ensinam e nos inspiram a admirar ainda mais a cultura do povo brasileiro.

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seo Nacionil Medeiros

 

“Guardião da Folia da Serra”, como disse Alair, cantador de Reis. Aos 92 anos, o grande mestre deixa saudades e muitos ensinamentos. Quem, ao conversar com ele, não voltava para casa com enorme bagagem de histórias e saberes, sobre a Folia, sobre a vida, sobre as palavras sagradas de Deus?

Nacionil Medeiros Pires, nascido em 1920, sobrinho neto de Francisco Luiz de Medeiros fundador da Folia de Reis da Serra dos Barbosa, foi lavrador e comerciante, criou filhos, Helinho, Tuquinha, Nilo, Lélio, Vanor e Diná. Seus filhos, netos, sobrinhos e bisnetos hoje vivem dentro da Folia de Reis, nas festas da igrejinha da Serra e do campo de futebol.

Nesses dez anos que acompanhamos a Folia da Serra, ouvimos seus conselhos ecoarem pela igreja e pelos ouvidos de todos. Acima de tudo Deus e a proteção dos três Reis. Era um homem devoto, patriarca dedicado, propagava sua fé, o respeito pelo outro e a união de sua família. Certamente, onde estiver está contente com mais uma missão cumprida, mais uma peregrinação realizada, mais uma mensagem plantada em todas as casas que receberam a sagrada bandeira de quase duzentos anos de existência.

 

O vídeo acima foi realizado a partir de imagens do dia 06 de janeiro de 20013, dia da entrega da bandeira da Folia da Serra, e a entrevista com seo Nacionil em 2005.

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