Ouvir Dona Tofi cantar suas cantigas é como abrir uma caixinha de memórias, onde jóias e tesouros de sua infância são guardados. Entre um dedo de prosa, uma benzeção, e seu olhar cativante, esse universo vai se descortinando e parece não ter fim.
Prosa na beira do fogão de lenha…
Sua casa está sempre aberta para receber os amigos, seja pra dar um conselho, benzer uma criança, rir um pouco e prosear sobre a panha de café, que nas montanhas de Araponga frutificam como os mais especiais do país. De seu quintal, pode se ver tanto seu jardim florido quanto a majestosa Serra do Brigadeiro, onde há tempos atrás serviu de refúgio para os índios Puris, então predominantes na região, Serra dos Arrepiados…
Dona Tofi sabe como ninguém contar e cantar as histórias de seu lugar. Relembra cantos da Dança de Caboclos aprendidas com seu pai, cantigas de brincadeira das meninas dali, teatros, e como ela disse: “musiquinhas bobas que seu pai cantava”.
Estar com Dona Tofi e perceber o desenrolar de seu novelo infindável de recordações, é lição de mestra para aprendiz, é deixar a tarde passar tranquila, serena, sob a proteção das montanhas de Minas.
Gratidão!
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