Você não encontrará entretenimento melhor em lugar nenhum do que na casa de apostas Mostbet no Brasil. Aqui você tem a oportunidade de ganhar muito dinheiro em apostas esportivas e cassinos online com probabilidades altas. Além disso, você pode aproveitar nossos bônus e ofertas especiais, apostas grátis, rodadas grátis e saques rápidos. Cadastre-se hoje e tenha acesso aos melhores jogos da Mostbet com nosso aplicativo móvel!
CUMBUCA

sonsdamata

Dança de Caboclo de Rio Preto

Em 2004 realizamos na cidade de Araponga, por ocasião do I Encontro de Tradições Mineiras, o I Festival de Caboclos. Foi um encontro inesquecível quando pudemos conhecer a Dança de Caboclo de Rio Preto/Simonésia, liderado pelo amigo e artista popular Oswaldo Rodrigues.
A dança de Caboclo é uma tradição que vem dos índios Puris. Fazem diversas coreografias e também representam um auto, com diversos personagens, Papai Vovô, Mamãe Vovó, Mestre Cacicão, Caciquinho e os caboclos.
Nessa “super filmagem” realizada em 2004 podemos ver os caboclos com suas vestes de penas, cocares espelhados e seus arcos e flechas executando algumas coreografias e depositando a “loa” aos pés do cacique Cacicão, ao som de caixa e sanfona de oito baixos. Nesse momento cada caboclo se apresenta e diz de onde está vindo através de versos rimados.
_Eu sou Mamãe Vovó, rupiada e pioienta, meu cabelo é de trêis pena, ai meu Deus do céu!
_Eu sou Papai Vovô, com arco e flecha composto, tenho cabelo branco, pra brincá eu sou disposto!
_Eu sou Caciquinho, pulo dum lado pro outro, vou pulando de mansinho!
_Eu sou o cacique Cacicão, dono da mata eu sou mandão, com minha flecha na mão, eu faço tremer o chão!
Vale apreciar um auto em extinção na região e admirar o talento e a simplicidade desse povo mineiro.

Details

Folia de Reis dos Colodinos

A Folia de Reis dos Colodinos foi fundada no aniversário de José Moraes da Silva (Juca Colodino) em 1955 por amigos e parentes, sobrinhos e filhos, na Serra das Virgens, na divisa entre Leopoldina e Recreio. Alguns de seus filhos já eram foliões em outro grupo e decidiram criar sua própria bandeira. “Essa Folia veio de galho de outra Folia… a Folia dos Medeiros”, mais conhecida como Folia da Serra.
Não se sabe ao certo o porquê do apelido Juca Colodino, provavelmente veio dos “tempos antigos”, proveniente de seu pai que se chamava José Claudino. José do Claudino, José do Colodino, Juca do Colodino, Juca Colodino? Disse Seu Geraldo que o apelido do pai “pegou na gente”, daí o nome ficou até hoje: Folia dos Colodinos. “Só tirei o Juca, porque Juca não existe mais, só no pensamento da gente”.
Em uma família de 17 irmãos, sendo 14 homens, coube a Geraldo Moraes do Vale a liderança da Folia com o falecimento do pai. Hoje está composta por 18 componentes e fazem o giro do dia 31 de dezembro ao dia 6 de janeiro, dia de Santos Reis. Nesse dia fazem a tradicional entrega da bandeira no Alto do Cemitério, próximo de onde foi a residência da família durante muitos anos e participam da celebração da missa na igreja do Rosário.
No dia 04 deste ano de 2013 participamos de um almoço no Sítio Indaiá, na Laginha, de propriedade de dona Nair, filha de Maria Inês de Oliveira e de José de Souza Oliveira, também conhecido como Fabiano, falecido amigo de Seu Juca e que durante muitos anos recebeu a Folia em sua casa. Na ocasião, a família de Seu Fabiano estava resgatando o costume reunindo diversos irmãos, sobrinhos e netos e recebendo a Folia dos Colodinos com um almoço ao modo mineiro, com sabor de saudade e de felicidade.
Naquela tarde a Folia cantou à mesa, celebrando a partilha e a multiplicação do peixe e do pão, relembrando a passagem bíblica ao som de violas, caixas, bumbos e versos de Reis. Após a janta fizeram a adoração ao presépio armado no salão e por fim participaram todos da brincadeira do palhaço Roninho.

Details

Folia de Reis do Arrasta Couro

A Folia de Reis do Arrasta Couro foi fundada em 1987. Situada no povoado Arrasta Couro na zona rural de Leopoldina, é um grupo que vem de longa tradição em uma região tradicional de Folias de Reis. O grupo deve ter hoje cerca de 25 componentes, dentre os quais podemos ver a presença de jovens e crianças de várias idades, comprovando mais uma vez a vitalidade e certificando a continuidade na tradição.
No dia 02 de janeiro de 2013 participamos do tradicional almoço/janta na casa de dona Manuela, mãe de Lelinho e de Léia, que todo ano recebe a folia com muito carinho, alegria e devoção. Nessa noite serviram uma deliciosa e tradicional leitoa assada preparada com amor por dona Manuela e pelas suas filhas.
Acompanhando a Folia estava o palhaço Farofinha que fez vibrar a assistência com versos bem divertidos.
Ao cair daquela tarde, no terreiro da casinha de roça de dona Manuela tivemos a oportunidade de na conversa que tivemos com Lelinho vivenciar a importância da devoção aos Reis Magos. Em nossa região a Folia de Reis é uma devoção muito profunda que gira em torno de uma crença vigorosa no poder dos Magos em realizar e conceder graças aos devotos. É admirável a fé desse pessoal e o amor que eles têm pela bandeira e como essa religião fortalece os laços entre amigos e familiares, bem como revigora a luta pela vida no dia a dia de cada um.

Details

Folia de Reis do Arraial dos Montes

“A Folia é uma recordação do passado dos três Reis do Oriente que viajaram para achar o Menino Jesus… Então a Folia taí pra dar esse segmento, pra nunca ser esquecida essa história” – Mestre Donga.
A Folia de Reis do Arraial dos Montes foi fundada em 1990 no povoado leopoldinense São Lourenço. Entre suas lideranças destacamos Oswaldo Nogueira, o Donga, Roberto e Zé Antônio, todos pertencentes a famílias de antigos foliões. Vem de tradição antiga, “vem berço e de raiz, um passando pro outro”, como disse Zé Antônio.
Donga, antes de criar essa Folia já saia em outra em Leopoldina, pertencente a seo Nelson Madeira, mas todos três são filhos e netos de foliões antigos da região.
Para Beto, que brinca de palhaço, esse personagem é o “guardião da bandeira”, ele é quem toma conta da bandeira, “ele tá sempre vigiando … porque o menino Jesus quando nasceu ele foi muito perseguido, né, então ele teve os protetores que desviavam o mal do caminho de Menino Jesus. O palhaço, ele está para tirar o mal do caminho da bandeira, tanto o que vem pela frente quanto o que vem por detrás”.
A festa da entrega da Folia do Arraial dos Montes é sempre bastante concorrida, pois fazem uma entrega muito bonita e com muita fartura, sempre aberta a toda comunidade.

Details

Seu Nelson Madeira

Seu Nelson Madeira nasceu na Fazenda do Triunfo, caminho para o distrito de Providência, município de Leopoldina.
Viveu sua infância e boa parte da juventude na lida da vida na roça. Morou em muitas fazendas na região e em Tombos e Porciúncula, trabalhando na lavoura de café, de fumo e com gado.
Já na vida adulta seu Nelson morou também em São Paulo, trabalhando como operário, como técnico em refrigeração e também em Juiz de Fora, Pirapetinga e Leopoldina. No entanto, sempre teve um sonho: trabalhar na roça e lidar com boi e cavalo. Hoje mora em Leopoldina e trabalha em uma pequena propriedade rural onde cria pequenos animais, planta uma rocinha de vez em quando, faz a manutenção do sítio e tem um cavalinho que puxa uma charrete ainda usada como seu meio de transporte.
Desde menino que sai em Folias de Reis. Quando criança, conta que, depois de brincar em uma tourada, avistou uma Folia e nela acabou entrando para brincar de palhaço, daquele dia em diante não parou mais. Mais tarde chegou a mestre de Folia, criou o seu próprio grupo e também uma Charola de São Sebastião. Tem em sua esposa uma companheira de estudo das profecias de Reis.
Neste ano fez sua última brincadeira de palhaço na Folia de seu sobrinho Erlei. Aos 70 anos mostrou coragem e vitalidade na brincadeira e relembrou versos antigos do tempo em que era menino e andava pelas touradas no interior.

Details

Charola de São Sebastião

A Charola de São Sebastião de seo Nelson Madeira percorre as ruas da cidade de Leopoldina desde 2004. O costume é visitar casas de devotos do mártir a partir do dia 07 de janeiro, após o período tradicionalmente dedicado aos Santos Reis, até o dia 20 do mesmo mês. Geralmente seo Nelson e seus companheiros realizam a peregrinação somente nos finais de semana, pois todos têm seus trabalhos, empregos e afazeres. A Charola de São Sebastião tem uma particularidade em relação às Folias de Reis, os cantadores só saem durante o dia.
Segundo seo Nelson sua “charolinha” possui hoje oito componentes, que é o número certo, mas no início eram apenas quatro pessoas. Diz que ela é muito bem recebida pelos donos e pelas donas das casas que visitam e também pelos transeuntes que, mesmo nas ruas se benzem na bandeira e dão seu donativo: “Essa bandeira não tem como não receber! Todo mundo recebe… É muito bem aceita essa charolinha”.
Segundo o costume, a Charola não canta durante muito tempo nas casas. É recebida pelo dono já com as portas abertas, cantam dentro do recinto a adoração e só demoram um pouco mais se na sala houver uma imagem do santo, quando cantam trechos do martírio. São Sebastião é um santo cristão que foi morto por pregar o cristianismo. Foi amarrado em um tronco de árvore e alvejado por três flechas. Os versos do martírio cantados pela Charola contam sua história.
Em Leopoldina tem muita gente devota de São Sebastião porque a cidade o tem como santo padroeiro. Entretanto, a tradição local se concentra nas Folias de Reis. A Charola de seo Nelson é a única do gênero na cidade. Foi uma tradição que ele aprendeu e trouxe da cidade próxima de Porciúncula.
Uma das casas que visitaram nesse ano e que tivemos oportunidade de acompanhar no dia 12 de janeiro foi a de dona Joaninha. Pessoa devota e participante das tradições locais, moradora do bairro São Cristóvão.

Details

Sítio do seo Vavá

Após uma noite inteira de peregrinação os foliões param em uma casa de devotos e ali deixam a bandeira guardada até o dia seguinte.

Retornam, para prosseguir com a jornada, até a casa onde os Três Reis estão descansando e, ali nessa casa onde dormiu a bandeira, lhes é oferecido um almoço, que na verdade é uma janta, pois costuma ser servida ao cair da tarde.

No dia 4 deste mês de janeiro de 2013 tive oportunidade de visitar o sítio de seo Vavá (Oswaldo Quetini) e dona aparecida que receberam a bandeira e ofertaram um almoço por motivo de promessa de seu genro Clevinho que fez todas as despesas. No cardápio encontramos abóbora, frango caipira, quiabo, angu, arroz e feijão, tudo da roça mesmo.

Seu Vavá e dona Aparecida recebem diversas Folias de Reis em sua casa na roça todos os anos. A Folia do Arrasta Couro, a dos Valdete, dos Maceno e nesse dia recebia a Folia de Reis da Serra. Para a dona da casa é uma grande alegria que renova o espírito. Para ele Folia é bom mesmo na roça.

O sítio deles fica bem ali na Serra dos Barbosa, perto das Palmeiras, Leopoldina, berço de Folias de Reis da região. Nesses seis dias de Reis todas as noites o ambiente noturno é inundado pelos sons de bumbos, caixas e violas. Quase todas as casas são visitadas por diversos grupos de peregrinos cantadores, ao passo que se torna uma grande festa quando se canta, se ouve, se conversa, enfim, respira-se a devoção aos Três Reis do Oriente.

Details

Seo Bida

 

Seo Bida, Noraldino Valverde de Carvalho , nascido em 1931, nos brinda nessa matéria com suas memórias sobre o trabalho na roça, bailes e Folias de Reis. Ao lado de Nivaldo Bártoli de Carvalho lembrou dos velhos tempos de rapazes em que viravam noites tocando sanfona nas festas na roça, andando a pé ou a cavalo lá pros lados das Palmeiras, Serra dos Netos, Serra dos Barbosa, Três Cruzes, Leopoldina…
Como disse seo Bida o trabalho na lavoura de arroz era duro, dava tanto calo nas mãos que pareciam casco de tatu. Essas mesmas mãos triscavam cordas de viola e violão, teclas de sanfona, couro de surdo para animar os bailes nas roças e tocar a Folia na época de Reis.
Em 1977 fundaram, junto com Valdete Valverde de Carvalho (irmão e pai), a Folia dos Valdete, lá mesmo na Serra dos Barbosa onde nasceram e trabalharam durante muitos anos. Antes, esse saudoso folião entoou trechos de Reis com Tragino Medeiros na Folia da Serra. Contaram que essa foi a maior dupla de “cantadores de frente” que já existiu na cidade e região.Como a Folia tinha muitos componentes, resolveram separar e criar seu próprio grupo.
Hoje a Folia tem no comando o irmão mais velho Nédio Bártoli de Carvalho e é uma das mais prestigiadas Folias da região com um vasto e tradicional repertório de toadas executadas com maestria pelos membros da família.
Nivaldo e Maninho (irmãos e filhos de Valdete) formaram dupla desde os seis e cinco anos de idade, cantando inicialmente na resposta, acompanhando os foliões adultos pelas madrugadas. Por volta dos dezessete anos formaram dupla de música sertaneja e, junto com seo Bida na sanfona, ganharam um festival de música em Leopoldina, quase foram para São Paulo seguir carreira, mas o trabalho na roça não permitiu que ganhassem a estrada.
Até o ano passado seo Bida ainda tocava sanfona na Folia do saudoso Valdete. Esse ano ficou parado, mas prometeu que vai “dar um ensaio” e volta no ano que vem a louvar os três Reis com sua música. Sua memória do passado, seus casos sobre o trabalho na roça e como candeeiro de carro de boi, a Folia e os bailes nos ensinam e nos inspiram a admirar ainda mais a cultura do povo brasileiro.

Details

seo Nacionil Medeiros

 

“Guardião da Folia da Serra”, como disse Alair, cantador de Reis. Aos 92 anos, o grande mestre deixa saudades e muitos ensinamentos. Quem, ao conversar com ele, não voltava para casa com enorme bagagem de histórias e saberes, sobre a Folia, sobre a vida, sobre as palavras sagradas de Deus?

Nacionil Medeiros Pires, nascido em 1920, sobrinho neto de Francisco Luiz de Medeiros fundador da Folia de Reis da Serra dos Barbosa, foi lavrador e comerciante, criou filhos, Helinho, Tuquinha, Nilo, Lélio, Vanor e Diná. Seus filhos, netos, sobrinhos e bisnetos hoje vivem dentro da Folia de Reis, nas festas da igrejinha da Serra e do campo de futebol.

Nesses dez anos que acompanhamos a Folia da Serra, ouvimos seus conselhos ecoarem pela igreja e pelos ouvidos de todos. Acima de tudo Deus e a proteção dos três Reis. Era um homem devoto, patriarca dedicado, propagava sua fé, o respeito pelo outro e a união de sua família. Certamente, onde estiver está contente com mais uma missão cumprida, mais uma peregrinação realizada, mais uma mensagem plantada em todas as casas que receberam a sagrada bandeira de quase duzentos anos de existência.

 

O vídeo acima foi realizado a partir de imagens do dia 06 de janeiro de 20013, dia da entrega da bandeira da Folia da Serra, e a entrevista com seo Nacionil em 2005.

Details

Jorge Bitá

 

Jorge Francisco Belo além de mestre de Folia de Reis foi um bom contador de histórias. Lembrava dos encontros entre folias, dos feitiços e das brincadeiras perigosas dos palhaços. Devoto de são Jorge tinha nele sua proteção contra os perigos das jornadas.

“Quem canta sempre tem uns macetizinhos”, como disse seu filho Luzmar, para enfrentar as “pembas” de rezadores que tentavam prender a Folia.

Aprendeu a cantar Reis na Folia de seu pai Sebastião Francisco Belo. “De primeiro cantavam muito era na roça, tinha muito morador na roça. Naquela época faziam as fitas da bandeira de papel e colavam com farinha de mandioca. Passavam horas bem boas cantando, com muito respeito. Era bonito e era divertido” – contou seu irmão Onofre.

Jorge nasceu em 1943 em Cachoeira Alegre, município de Barão de Monte Alto, sua família, de oito irmãos, quase dava uma folia, morava em uma fazenda. Com a morte do pai se firmaram na cidade vizinha de Eugenópolis. Nessa época trabalhavam na fazenda da Retirada onde recomeçaram a Folia de Reis, sob sua liderança. Ele não sabia ler, mas sabia de tudo, entrava em qualquer lugar para cantar. Além de seguir com a bandeira deixada pelo pai, também chegou a cantar em outras Folias da região, como a de Pedro Bucho de Sapucaia.

E ele cantava muito, cantava bem, tinha uma voz forte que “se botasse no microfone arrebentava. É o dom que Deus deu a pessoa.” – disse Luzmar, que participou com o pai da Folia quando era mais moço. Fechavam a venda do pai, ao lado de sua casa, e iam cantar Folia em Raposo, em Lage do Muriaé, em Patrocínio, em Sapucaia na fazenda Ipiranga do falecido Jorge Merico. Não seguiu com a tradição do pai, mas guarda sua bandeira e de vez em quando ainda acompanha as Folias da região carregando seus filhos Gabriel e Gustavo para apreciarem festas, encontros e também apresentações de outras manifestações como mineiro pau e boi pintadinho.

Jorge Bitá deixou saudade. Segundo seu irmão Onofre: “a gente sempre andava junto, sempre unido, ele cantava e a gente cantava junto, a gente saia junto… É difícil esquecer, acabou a alegria. Se ele tivesse aí dia 24 a gente tava aprontando pra sair na Folia. Pra matar a saudade a gente põe o DVD dele”.

 

Details